14 julho 2010

É ou não é...


Aproxima-se o fim do mundo! E ainda bem. Este já deu o que tinha a dar.
Quem é que quer um mundo povoado de sofrimentos, tiranias, preversidades, guerras, corrupções, mentiras, subjugações, de faz-de-conta? Este era o mundo do parecer. Parece que até era bom, mas não era.
Era um mundo onde cada um fazia por parecer o que não era; parecia que até era bom, mas não era.
Era um mundo onde parecia que se tinha alguma coisa mas em que de repente se percebeu o quão frágil era a posse e o quão rápido se foi; parecia que até era bom, mas não era.
Era um mundo onde quem era suposto cuidar de nós era quem mais nos magoava e prejudicava. Onde quem nos devia liderar e orientar para uma situação melhor, afinal, nem a si próprio se orientava, perdido nos interesses desviantes de outro alguém ou alguéns.
Era um mundo onde tudo era culpa do sistema, a culpa de ser e de não ser.
Era este o mundo do parecer, das vidas do faz-de-conta, das vidas virtuais, das ilusões de bem-estar e felicidade.
Alimentar o "parecer" é parar-de-ser. E por isto mesmo nunca vai resultar. Ponto final. Pode adiar-se o fim do mundo? Pode. Mete-se outra máscara e continua-se no faz-de-conta.



Aproxima-se o início do mundo! E ainda bem. Este tem tudo para dar.

Quem não quer um mundo povoado de alegrias, harmonias, desigualdades resolvidas, opiniões discordantes mas bem conviventes, transparência, verdade, compaixão, respeito? Este é o mundo do Ser, o mundo real, do todo o sempre para todo o sempre.
O mundo das diferenças, das individualidades, mas que se reconhecem mutuamente o direito ao respeito e à vida, praticando as igualdades para o serviço do todo.
Um mundo da entrega e dedicação, da sementeira-colheita, da criação harmoniosa.



A dúvida...
Os mundos atrás referidos são fisicamente os mesmos. A distância entre um e outro é a da dúvida não resolvida. Alguém fez um excepcional trabalho. Conseguiu convencer-te que o primeiro é o real e o segundo o utópico. Se é utópico não é credível. Mas se seguíssemos esta lógica, de não credibilidade, da destruição interna do estado considerado utópico, então quem seguiria os seus sonhos, para quê? Se não seguírmos na direcção do que nunca foi, concretizando o sonho, mas nos mantivermos agarrados à imobilidade do presente, então disponibilizamo-nos para aceitar como real o sofrimento e a infelicidade, a incerteza e instabilidade, enfim, a desgraça.
A dúvida... a dúvida até é boa mas está mal direccionada. Eu duvido que é real o mundo que consideram real. Eu duvido que sejas merecedor de sofrimento. Duvido que estejas destinado a ser infeliz, incompleto, vazio.
Poderei assumir que a dúvida da ilusão é a certeza da realidade? A distância entre as duas é a prova. A prova é boa. Mas tem que se acertar na prova certa. Há quem passe a vida inteira a tentar provar o que é a realidade. Eu passo a vida a provar a realidade. A saboreá-la, a aceitá-la, integrá-la, partilhá-la, agradecê-la. Aplico o meu método científico. Se fosse cientista querendo saber do que é feito o ar, não deixaria de respirar até descobrir. E aplico esta ciência à felicidade. Somos os felizardos que procurando a nossa felicidade não deixamos ser felizes até a descobrir. Faz sentido?

Até mais!

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